mercredi

XIV BIENNAL DO AVANTE 2005


TEMPO MAU PARA LIRISMOS
Eu bem sei: só o felizÉ que agrada. Gosta-se de ouvirA sua voz. A sua face é bela.
A árvore aleijada no pátioMostra que o terreno é mau, masOs que passam chamam-lhe aleijadaCom razão
Os barcos verdes e as velas alegres do SundNão as vejo. De tudoSó vejo a rede rasgada dos pescadoresPorque é que eu só falo da lavradeiraDe quarenta anos que anda toda torcida?Os peitos das moçasSão quentes como dantes
Na minha mão uma rimaParecer-me-ia insolência
Dentro de mim lutamO entusiasmo pela macieira em florE o horror dos discursos do pintor de tabuletasMas só o segundoMe força a sentar-me à mesa.
Bertolt Brecht

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